Sabes aquele momento em que a casa ainda tem restos de amêndoas, chocolate ou folares espalhados pela cozinha… e tu olhas para o prato e pensas: “Eu exagerei. Outra vez.”
E logo a seguir vem aquela velha conhecida: a culpa. Aquela voz interior que te diz que devias ter feito melhor, comido menos, resistido mais.
Eu conheço bem essa sensação. Já vivi muitos pós-Páscoa em que achava que precisava de compensar, restringir, “limpar” o corpo.
Mas com o tempo, e principalmente com a maternidade, percebi algo transformador: não é a comida que precisa de sair do prato… é a culpa.
O ciclo da culpa alimentar: começa com um ovo de chocolate e acaba num peso na alma
Durante anos, associei comida a comportamento certo ou errado. Se eu comia bem, era disciplinada. Se comia o que queria, era fraca.
E sabes o que isso criava? Um ciclo exaustivo: comer, sentir prazer, sentir culpa, tentar compensar, restringir… até ao próximo episódio.
Como mulheres — e ainda mais quando nos tornamos mães — aprendemos a colocar a nossa alimentação no modo automático.
A comer o que sobra, a comer à pressa, a comer sem pensar. E depois, julgamo-nos por não estar “a fazer certo”.
Mas a verdade é que o problema não é o que comeste no Domingo de Páscoa. O problema é acreditares que um momento define a tua saúde.

Alimentação com liberdade: sim, é possível (mesmo depois da Páscoa)
Aprender a alimentar-me de forma gentil não foi imediato.
Foi um caminho. Um caminho que começou quando percebi que o meu corpo não precisava de punição, precisava de cuidado.
E cuidado não é cortar tudo. Cuidado é perguntar-te:
- Estou a comer por fome ou por cansaço?
- O que é que o meu corpo está mesmo a pedir agora?
- Como posso nutrir-me hoje com leveza?
Quando mudamos a pergunta, mudamos a resposta. E é assim que começa a verdadeira transformação alimentar.
Não é sobre compensar. É sobre recomeçar com consciência.
Muitas das minhas pacientes chegam até mim depois de festas, férias, ou semanas mais desafiantes.
E dizem: “Adriana, eu perdi o controlo.” Mas o que eu lhes respondo — e hoje quero dizer-te a ti também — é isto:
Não há nada perdido quando há vontade de cuidar.
Não tens de fazer detox. Não tens de cortar os hidratos. Só precisas de voltar para ti.
E às vezes, esse “voltar” começa com um simples pequeno-almoço equilibrado. Um copo de água. Um passeio ao ar livre. Uma escolha de amor próprio
A maternidade ensinou-me a perdoar a minha fome (e a minha história)
Quando fui mãe, percebi que a forma como cuido de mim impacta tudo à minha volta.
A minha energia. O meu humor. A minha relação com o meu corpo. A imagem que passo ao meu filho sobre o que é alimentação. E foi aí que fiz as pazes com a comida — e comigo.
Percebi que alimentar-me bem não é sobre regras, é sobre relação. E que cada refeição é uma oportunidade de me ouvir, não de me julgar.
Se hoje, depois da Páscoa, sentes que estás a “falhar” — quero lembrar-te:
O teu valor não está no número de chocolates que comeste.
Está no amor com que te olhas ao espelho. Está no cuidado que estás disposta a cultivar, mesmo depois dos deslizes.

E agora, o que fazer com a culpa?
Deixa-me dar-te uma sugestão: não faças dieta.
Faz uma pausa. Respira. Pergunta-te como queres sentir-te — daqui a uma semana, daqui a um mês, daqui a um ano.
A tua resposta vai dizer-te mais do que qualquer plano alimentar. A culpa não tem lugar no teu prato. Tu mereces mais — mereces nutrição com afeto, escolhas com consciência e um corpo que se sente cuidado, não castigado.
Pronta para tirar a culpa do prato e voltar a cuidar de ti?
Se sentes que andas às voltas com a alimentação, com dúvidas, com cansaço e até frustração…
Convido-te a marcares uma sessão de descoberta gratuita comigo.
Nessa conversa, vamos olhar para ti como um todo — não só o que comes, mas como te sentes, o que te move, e onde queres chegar. Sem pressões. Sem julgamentos. Só escuta, orientação e clareza.
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Porque mereces uma nutrição que te respeita, te entende e caminha contigo.
Com carinho,
Adriana – Nutricionista Materna
“Nutrir a mulher é cuidar da mãe que há em ti.”